Energia Solar, Inflação e Renda

Cotidiano Básico
O aumento excessivo da tarifa energética residencial vem impactando as famílias mais pobres. A inflação geral não traduz o impacto do custo da energia nas famílias e isso tem solução.
Lucas Cortezzi
03/05/2023
Stack

Hoje falaremos um pouco do aumento da tarifa de energia residencial nos últimos anos e a possível solução através da instalação de placas fotovoltaicas em imóveis residenciais.

Vale lembrar que esse artigo é a opinião da Lifin sobre o custo de vida no Brasil e alternativas para a manutenção do meio ambiente e do acesso à energia elétrica por pessoas comuns.

Quanto aumentou a conta de luz?

Periodicamente a Abraceel - Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia publica um estudo técnico acerca do custo da energia elétrica residencial no País. A série de dados passou a ser coletada a partir do ano de 2014 e recentemente houve a publicação atualizada desse estudo.

Segundo a Abraceel entre os anos de 2015 e 2021, houve um aumento médio de 113% na tarifa da energia elétrica no Brasil, isso pode ser traduzido como um aumento anual médio de 16,14%.

O ano de 2022 foi atípico em razão dos incentivos tributários subsidiados pelo Governo Federal com a modificação da alíquota do ICMS e pela recuperação da matriz hídrica no País, por isso não utilizaremos esse dado.

Dessa forma podemos identificar que uma família que possuía uma conta de energia elétrica de R$ 100,00 em 2014, passou a pagar R$ 213,00 em 2022, apenas 7 anos.

Mas o aumento da inflação não é medido pelo IPCA?

Como muitos sabem o IPCA - Índice Naciona de Preços ao Consumidor Amplo é um índice que mede ainflaçãono País e é calculado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O que muitos não sabem é que apesar de ser uma boa ferramenta para identificamos a inflação de preços esse índice não é o melhor, pois existem distorções no cálculo.

O Cálculo do IPCA é feito através de médias ponderadas, onde alguns itens têm mais peso que outros, ou seja, ao mesmo tempo que a tarifa energética subiu 113% em apenas 7 anos, o IPCA teve uma elevação de “apenas” 51% para o mesmo período (2015 a 2021, com base em dados do IPCA-anual).

Isso significa que toda a inflação que foi observada dentro da tarifa de energia elétrica foi medida menor por conta da composição de preços que formam o IPCA.

Fatores como alimentação, transporte, educação, combustíveis, saúde, vestuário, entre outros, entram no cálculo da inflação pelo IPCA.

Então qual a diferença?

O que podemos observar com base no estudo da Abraceel e com os dados coletados do IPCA pelo IBGE é que a energia elétrica teve um aumento médio de preço de 16,14% ao ano, mas a inflação geral teve um aumento de “apenas” 7,28% a.a.

Isso demonstra a desproporcionalidade pela qual a inflação real da energia elétrica subiu em relação ao cálculo estatístico, pois a realidade foi o dobro.

O Governo não pode intervir nas tarifas?

Sim, o Governo Federal pode intervir modificando a política de preços das concessionárias por se tratar de um bem essencial, porém toda essa interferência, de forma indireta, irá gerar mais inflação em outras áreas ou, até mesmo, um aumento dos impostos.

Não é possível o Governo incentivar a redução das tarifas energéticas para todas as pessoas e ao mesmo tempo manter todas as outras despesas, sendo necessário adquirir novos recursos ou redirecionar recursos já existentes.

Mesmo hoje já existe a tarifa social para energia elétrica baseada no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, porém ele não atende a maioria das famílias de classe baixa ou média.

Por que a energia elétrica vai continuar aumentando?

O mundo está à beira de uma crise energética global, especialistas dizem que a solução para as energias limpas seria a nuclear, porém grande parte da Europa tem medo desse tipo de tecnologia por conta do estigma de acidentes nucleares e guerras, mesmo sendo a fonte com maior densidade energética.

Nessa situação recorremos cada vez mais para matrizes extremamente poluidoras como a energia de carvão mineral, vide exemplos como: Alemanha, França, Estados Unidos e China.

Outro fator de peso é o aumento da demanda energética através da disseminação e aprimoramento das redes de dados, armazenamento de informações e, atualmente, o advento das inteligências artificiais, que irão requerer cada vez mais poder de processamento e armazenamento de dados.

Essa nova demanda energética pode ser vista como um relance através da popularização das criptomoedas que requerem um grande poder de processamento e energia para manter seu funcionamento.

Também temos a possível volta das guerras locais entre grandes potências, que certamente tem o potencial de fechar rotas de comércio ou encerrar acordos econômicos.

Todos esses fatores, em nossa opinião, irão encarecer muito a energia elétrica para as famílias mais pobres e para a classe média em todo o mundo.

O Brasil busca alternativas para a produção de energia limpa, porém cai no mesmo erro dos europeus e norte-americanos, evitando o investimento pesado em energia nuclear, focando apenas em energia hídrica, solar e eólica.

Para nós a alternativa é cada indivíduo produzir sua própria energia e, dessa forma, reduzir os impactos do aumento do custo da energia elétrica da rede.

A alternativa é a produção descentralizada de energia

A produção descentralizada hoje é uma alternativa viável para as famílias, principalmente se você pensar no prazo de 10 anos.

Hoje tal produção pode ser realizada através da instalação de painéis solares em residências e apesar da necessidade de homologação pelo governo e cobrança de taxas pelo uso das redes de distribuição das concessionárias, essa alternativa se mostra um excelente meio de economia financeira e independência energética para sua família.

Muitas empresas prometem que os sistemas quando instalados cheguem a durar até 30 anos com manutenções básicas, sendo concedido prazo de garantia de mais de 10 anos para alguns aparelhos.

Algumas grandes concessionárias já realizam todo o procedimento de instalação, registro e homologação, inclusive com parcerias com bancos para financiamento desse serviço.

Também existe diferença na produção "on-grid" e "off-grid" que podem baratear ou encarecer seu projeto, valendo muito a pena buscar por mais informações sobre isso.

Quanto custa a instalação de energia solar em uma residência?

Entramos em contato recente com uma grande concessionária de energia elétrica do interior do Estado de São Paulo, com base no perfil citado anteriormente (família com custo de energia elétrica em R$ 200/mês ou 200 kWh/mês com base em dados de abril/2023 no interior de São Paulo).

Para esse perfil a instalação completa (com mão de obra e homologação) custaria cerca de R$ 20.000,00 (vinte mil reais)

Com base nos cálculos da própria empresa a taxa de retorno anual desse investimento seriam de 6,65% a.a. e, a partir do 13º ano, você terá recebido de volta todo o valor investido apenas em economia.

Quando haverá meu retorno?

De forma simplificada podemos utilizar todos os dados mencionados anteriormente para observarmos o seguinte:

  1. A tarifa da energia elétrica aumenta no dobro da velocidade que a inflação;
  2. A inflação geral não consegue observar a realidade do aumento dos preços;
  3. No cálculo de prazo de retorno do investimento para placas solares, a empresa não leva em conta a inflação;
  4. Mesmo ignorando a inflação, em 13 anos teríamos um retorno do nosso investimento caso a tarifa de energia não aumentasse, porém é impossível a energia permanecer o mesmo preço, sendo plausível que o retorno sobre o investimento ocorra em menos de 7 anos (com base nas informações colhidas); e
  5. Se o preço da energia continuar subindo na proporção dos últimos 7 anos, ela superará qualquer investimento de renda fixa, mesmo os baseados em inflação, sejam CDBs ou LCIs.

Nossa opinião

Após todas as informações demonstradas ainda é possível uma família de classe média instalar painéis solares em sua residência, a grande pegadinha é que ao adiarmos a instalação desse meio de produção em nossas casas, ficamos cada vez mais reféns do Governo, das Concessionárias e da inflação, sendo este último o pior dos inimigos.

Ao mesmo tempo as famílias mais pobres podem se valer dos programas sociais já existentes para reduzir seus custos.

Caso a classe média passe a instalar painéis solares em sua residência, a energia tende a ser mais barata para todos, uma vez que mais energia estará disponível.

Em alguns anos é possível reverter o investimento realizado e obter retornos consideráveis, por isso incentivamos que você faça as contas de suas despesas com energia elétrica hoje e busque, além de sua liberdade financeira, sua liberdade energética, bem essencial para a vida contemporânea.

Os governos podem tomar péssimas ou ótimas decisões, mas é um fato que a energia continuará ficar mais cara e, se nada for feito, em alguns anos, o mero acesso à rede de energia será um bem de luxo, restringindo o acesso à informação e educação de toda uma geração de pessoas.

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Vale lembrar que esse artigo é a opinião da Lifin sobre o custo de vida no Brasil e alternativas para a manutenção do meio ambiente e do acesso à energia elétrica por pessoas comuns.

Quanto aumentou a conta de luz?

Periodicamente a Abraceel - Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia publica um estudo técnico acerca do custo da energia elétrica residencial no País. A série de dados passou a ser coletada a partir do ano de 2014 e recentemente houve a publicação atualizada desse estudo.

Segundo a Abraceel entre os anos de 2015 e 2021, houve um aumento médio de 113% na tarifa da energia elétrica no Brasil, isso pode ser traduzido como um aumento anual médio de 16,14%.

O ano de 2022 foi atípico em razão dos incentivos tributários subsidiados pelo Governo Federal com a modificação da alíquota do ICMS e pela recuperação da matriz hídrica no País, por isso não utilizaremos esse dado.

Dessa forma podemos identificar que uma família que possuía uma conta de energia elétrica de R$ 100,00 em 2014, passou a pagar R$ 213,00 em 2022, apenas 7 anos.

Mas o aumento da inflação não é medido pelo IPCA?

Como muitos sabem o IPCA - Índice Naciona de Preços ao Consumidor Amplo é um índice que mede ainflaçãono País e é calculado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O que muitos não sabem é que apesar de ser uma boa ferramenta para identificamos a inflação de preços esse índice não é o melhor, pois existem distorções no cálculo.

O Cálculo do IPCA é feito através de médias ponderadas, onde alguns itens têm mais peso que outros, ou seja, ao mesmo tempo que a tarifa energética subiu 113% em apenas 7 anos, o IPCA teve uma elevação de “apenas” 51% para o mesmo período (2015 a 2021, com base em dados do IPCA-anual).

Isso significa que toda a inflação que foi observada dentro da tarifa de energia elétrica foi medida menor por conta da composição de preços que formam o IPCA.

Fatores como alimentação, transporte, educação, combustíveis, saúde, vestuário, entre outros, entram no cálculo da inflação pelo IPCA.

Então qual a diferença?

O que podemos observar com base no estudo da Abraceel e com os dados coletados do IPCA pelo IBGE é que a energia elétrica teve um aumento médio de preço de 16,14% ao ano, mas a inflação geral teve um aumento de “apenas” 7,28% a.a.

Isso demonstra a desproporcionalidade pela qual a inflação real da energia elétrica subiu em relação ao cálculo estatístico, pois a realidade foi o dobro.

O Governo não pode intervir nas tarifas?

Sim, o Governo Federal pode intervir modificando a política de preços das concessionárias por se tratar de um bem essencial, porém toda essa interferência, de forma indireta, irá gerar mais inflação em outras áreas ou, até mesmo, um aumento dos impostos.

Não é possível o Governo incentivar a redução das tarifas energéticas para todas as pessoas e ao mesmo tempo manter todas as outras despesas, sendo necessário adquirir novos recursos ou redirecionar recursos já existentes.

Mesmo hoje já existe a tarifa social para energia elétrica baseada no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, porém ele não atende a maioria das famílias de classe baixa ou média.

Por que a energia elétrica vai continuar aumentando?

O mundo está à beira de uma crise energética global, especialistas dizem que a solução para as energias limpas seria a nuclear, porém grande parte da Europa tem medo desse tipo de tecnologia por conta do estigma de acidentes nucleares e guerras, mesmo sendo a fonte com maior densidade energética.

Nessa situação recorremos cada vez mais para matrizes extremamente poluidoras como a energia de carvão mineral, vide exemplos como: Alemanha, França, Estados Unidos e China.

Outro fator de peso é o aumento da demanda energética através da disseminação e aprimoramento das redes de dados, armazenamento de informações e, atualmente, o advento das inteligências artificiais, que irão requerer cada vez mais poder de processamento e armazenamento de dados.

Essa nova demanda energética pode ser vista como um relance através da popularização das criptomoedas que requerem um grande poder de processamento e energia para manter seu funcionamento.

Também temos a possível volta das guerras locais entre grandes potências, que certamente tem o potencial de fechar rotas de comércio ou encerrar acordos econômicos.

Todos esses fatores, em nossa opinião, irão encarecer muito a energia elétrica para as famílias mais pobres e para a classe média em todo o mundo.

O Brasil busca alternativas para a produção de energia limpa, porém cai no mesmo erro dos europeus e norte-americanos, evitando o investimento pesado em energia nuclear, focando apenas em energia hídrica, solar e eólica.

Para nós a alternativa é cada indivíduo produzir sua própria energia e, dessa forma, reduzir os impactos do aumento do custo da energia elétrica da rede.

A alternativa é a produção descentralizada de energia

A produção descentralizada hoje é uma alternativa viável para as famílias, principalmente se você pensar no prazo de 10 anos.

Hoje tal produção pode ser realizada através da instalação de painéis solares em residências e apesar da necessidade de homologação pelo governo e cobrança de taxas pelo uso das redes de distribuição das concessionárias, essa alternativa se mostra um excelente meio de economia financeira e independência energética para sua família.

Muitas empresas prometem que os sistemas quando instalados cheguem a durar até 30 anos com manutenções básicas, sendo concedido prazo de garantia de mais de 10 anos para alguns aparelhos.

Algumas grandes concessionárias já realizam todo o procedimento de instalação, registro e homologação, inclusive com parcerias com bancos para financiamento desse serviço.

Também existe diferença na produção "on-grid" e "off-grid" que podem baratear ou encarecer seu projeto, valendo muito a pena buscar por mais informações sobre isso.

Quanto custa a instalação de energia solar em uma residência?

Entramos em contato recente com uma grande concessionária de energia elétrica do interior do Estado de São Paulo, com base no perfil citado anteriormente (família com custo de energia elétrica em R$ 200/mês ou 200 kWh/mês com base em dados de abril/2023 no interior de São Paulo).

Para esse perfil a instalação completa (com mão de obra e homologação) custaria cerca de R$ 20.000,00 (vinte mil reais)

Com base nos cálculos da própria empresa a taxa de retorno anual desse investimento seriam de 6,65% a.a. e, a partir do 13º ano, você terá recebido de volta todo o valor investido apenas em economia.

Quando haverá meu retorno?

De forma simplificada podemos utilizar todos os dados mencionados anteriormente para observarmos o seguinte:

  1. A tarifa da energia elétrica aumenta no dobro da velocidade que a inflação;
  2. A inflação geral não consegue observar a realidade do aumento dos preços;
  3. No cálculo de prazo de retorno do investimento para placas solares, a empresa não leva em conta a inflação;
  4. Mesmo ignorando a inflação, em 13 anos teríamos um retorno do nosso investimento caso a tarifa de energia não aumentasse, porém é impossível a energia permanecer o mesmo preço, sendo plausível que o retorno sobre o investimento ocorra em menos de 7 anos (com base nas informações colhidas); e
  5. Se o preço da energia continuar subindo na proporção dos últimos 7 anos, ela superará qualquer investimento de renda fixa, mesmo os baseados em inflação, sejam CDBs ou LCIs.

Nossa opinião

Após todas as informações demonstradas ainda é possível uma família de classe média instalar painéis solares em sua residência, a grande pegadinha é que ao adiarmos a instalação desse meio de produção em nossas casas, ficamos cada vez mais reféns do Governo, das Concessionárias e da inflação, sendo este último o pior dos inimigos.

Ao mesmo tempo as famílias mais pobres podem se valer dos programas sociais já existentes para reduzir seus custos.

Caso a classe média passe a instalar painéis solares em sua residência, a energia tende a ser mais barata para todos, uma vez que mais energia estará disponível.

Em alguns anos é possível reverter o investimento realizado e obter retornos consideráveis, por isso incentivamos que você faça as contas de suas despesas com energia elétrica hoje e busque, além de sua liberdade financeira, sua liberdade energética, bem essencial para a vida contemporânea.

Os governos podem tomar péssimas ou ótimas decisões, mas é um fato que a energia continuará ficar mais cara e, se nada for feito, em alguns anos, o mero acesso à rede de energia será um bem de luxo, restringindo o acesso à informação e educação de toda uma geração de pessoas.

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Lucas Cortezzi
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Hoje falaremos um pouco do aumento da tarifa de energia residencial nos últimos anos e a possível solução através da instalação de placas fotovoltaicas em imóveis residenciais.

Vale lembrar que esse artigo é a opinião da Lifin sobre o custo de vida no Brasil e alternativas para a manutenção do meio ambiente e do acesso à energia elétrica por pessoas comuns.

Quanto aumentou a conta de luz?

Periodicamente a Abraceel - Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia publica um estudo técnico acerca do custo da energia elétrica residencial no País. A série de dados passou a ser coletada a partir do ano de 2014 e recentemente houve a publicação atualizada desse estudo.

Segundo a Abraceel entre os anos de 2015 e 2021, houve um aumento médio de 113% na tarifa da energia elétrica no Brasil, isso pode ser traduzido como um aumento anual médio de 16,14%.

O ano de 2022 foi atípico em razão dos incentivos tributários subsidiados pelo Governo Federal com a modificação da alíquota do ICMS e pela recuperação da matriz hídrica no País, por isso não utilizaremos esse dado.

Dessa forma podemos identificar que uma família que possuía uma conta de energia elétrica de R$ 100,00 em 2014, passou a pagar R$ 213,00 em 2022, apenas 7 anos.

Mas o aumento da inflação não é medido pelo IPCA?

Como muitos sabem o IPCA - Índice Naciona de Preços ao Consumidor Amplo é um índice que mede ainflaçãono País e é calculado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O que muitos não sabem é que apesar de ser uma boa ferramenta para identificamos a inflação de preços esse índice não é o melhor, pois existem distorções no cálculo.

O Cálculo do IPCA é feito através de médias ponderadas, onde alguns itens têm mais peso que outros, ou seja, ao mesmo tempo que a tarifa energética subiu 113% em apenas 7 anos, o IPCA teve uma elevação de “apenas” 51% para o mesmo período (2015 a 2021, com base em dados do IPCA-anual).

Isso significa que toda a inflação que foi observada dentro da tarifa de energia elétrica foi medida menor por conta da composição de preços que formam o IPCA.

Fatores como alimentação, transporte, educação, combustíveis, saúde, vestuário, entre outros, entram no cálculo da inflação pelo IPCA.

Então qual a diferença?

O que podemos observar com base no estudo da Abraceel e com os dados coletados do IPCA pelo IBGE é que a energia elétrica teve um aumento médio de preço de 16,14% ao ano, mas a inflação geral teve um aumento de “apenas” 7,28% a.a.

Isso demonstra a desproporcionalidade pela qual a inflação real da energia elétrica subiu em relação ao cálculo estatístico, pois a realidade foi o dobro.

O Governo não pode intervir nas tarifas?

Sim, o Governo Federal pode intervir modificando a política de preços das concessionárias por se tratar de um bem essencial, porém toda essa interferência, de forma indireta, irá gerar mais inflação em outras áreas ou, até mesmo, um aumento dos impostos.

Não é possível o Governo incentivar a redução das tarifas energéticas para todas as pessoas e ao mesmo tempo manter todas as outras despesas, sendo necessário adquirir novos recursos ou redirecionar recursos já existentes.

Mesmo hoje já existe a tarifa social para energia elétrica baseada no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, porém ele não atende a maioria das famílias de classe baixa ou média.

Por que a energia elétrica vai continuar aumentando?

O mundo está à beira de uma crise energética global, especialistas dizem que a solução para as energias limpas seria a nuclear, porém grande parte da Europa tem medo desse tipo de tecnologia por conta do estigma de acidentes nucleares e guerras, mesmo sendo a fonte com maior densidade energética.

Nessa situação recorremos cada vez mais para matrizes extremamente poluidoras como a energia de carvão mineral, vide exemplos como: Alemanha, França, Estados Unidos e China.

Outro fator de peso é o aumento da demanda energética através da disseminação e aprimoramento das redes de dados, armazenamento de informações e, atualmente, o advento das inteligências artificiais, que irão requerer cada vez mais poder de processamento e armazenamento de dados.

Essa nova demanda energética pode ser vista como um relance através da popularização das criptomoedas que requerem um grande poder de processamento e energia para manter seu funcionamento.

Também temos a possível volta das guerras locais entre grandes potências, que certamente tem o potencial de fechar rotas de comércio ou encerrar acordos econômicos.

Todos esses fatores, em nossa opinião, irão encarecer muito a energia elétrica para as famílias mais pobres e para a classe média em todo o mundo.

O Brasil busca alternativas para a produção de energia limpa, porém cai no mesmo erro dos europeus e norte-americanos, evitando o investimento pesado em energia nuclear, focando apenas em energia hídrica, solar e eólica.

Para nós a alternativa é cada indivíduo produzir sua própria energia e, dessa forma, reduzir os impactos do aumento do custo da energia elétrica da rede.

A alternativa é a produção descentralizada de energia

A produção descentralizada hoje é uma alternativa viável para as famílias, principalmente se você pensar no prazo de 10 anos.

Hoje tal produção pode ser realizada através da instalação de painéis solares em residências e apesar da necessidade de homologação pelo governo e cobrança de taxas pelo uso das redes de distribuição das concessionárias, essa alternativa se mostra um excelente meio de economia financeira e independência energética para sua família.

Muitas empresas prometem que os sistemas quando instalados cheguem a durar até 30 anos com manutenções básicas, sendo concedido prazo de garantia de mais de 10 anos para alguns aparelhos.

Algumas grandes concessionárias já realizam todo o procedimento de instalação, registro e homologação, inclusive com parcerias com bancos para financiamento desse serviço.

Também existe diferença na produção "on-grid" e "off-grid" que podem baratear ou encarecer seu projeto, valendo muito a pena buscar por mais informações sobre isso.

Quanto custa a instalação de energia solar em uma residência?

Entramos em contato recente com uma grande concessionária de energia elétrica do interior do Estado de São Paulo, com base no perfil citado anteriormente (família com custo de energia elétrica em R$ 200/mês ou 200 kWh/mês com base em dados de abril/2023 no interior de São Paulo).

Para esse perfil a instalação completa (com mão de obra e homologação) custaria cerca de R$ 20.000,00 (vinte mil reais)

Com base nos cálculos da própria empresa a taxa de retorno anual desse investimento seriam de 6,65% a.a. e, a partir do 13º ano, você terá recebido de volta todo o valor investido apenas em economia.

Quando haverá meu retorno?

De forma simplificada podemos utilizar todos os dados mencionados anteriormente para observarmos o seguinte:

  1. A tarifa da energia elétrica aumenta no dobro da velocidade que a inflação;
  2. A inflação geral não consegue observar a realidade do aumento dos preços;
  3. No cálculo de prazo de retorno do investimento para placas solares, a empresa não leva em conta a inflação;
  4. Mesmo ignorando a inflação, em 13 anos teríamos um retorno do nosso investimento caso a tarifa de energia não aumentasse, porém é impossível a energia permanecer o mesmo preço, sendo plausível que o retorno sobre o investimento ocorra em menos de 7 anos (com base nas informações colhidas); e
  5. Se o preço da energia continuar subindo na proporção dos últimos 7 anos, ela superará qualquer investimento de renda fixa, mesmo os baseados em inflação, sejam CDBs ou LCIs.

Nossa opinião

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